Sem falar na corrupção que continua a crescer a cada governo no que diz especificamente na área da saúde pública, essa, cada vez, mais caótica, mal administrada e responsável por verdadeiro genocídio social.
Na saúde privada, as seguradoras, contribuem mais para complicar a já fragilizada relação médico paciente, com as mais absurdas limitações de consultas a solicitações de exames e até para autorizar cirurgias de urgência. Como se não bastassem esses absurdos, ditam a seu bel prazer os honorários dessa classe que de liberal só tem o nome. Os honorários continuam com baixos valores e uma tabela defasada há mais de 20 anos.
Aqui em Feira de Santana, um grupo de Cirurgia Geral cansado de trabalhar em regime de plantão de sobreaviso sem remuneração resolveu dar um basta e passou a exigir os seus direitos e só fica de plantão caso haja remuneração. Remuneração essa, solicitada, a nosso ver, muito baixa, pois, exigiu que fosse pago por um plantão de 24 hs. apenas 330,00 reais e sem direito a encargos sociais como FGTS,férias, 13º salário e demais direitos trabalhistas.
Os hospitais, por sua vez, com direito, querem repassar esses custos às seguradoras de saúde credenciadas por estes serviços. As seguradas tentam recusar o pagamento desses custos que os hospitais são obrigados a pagar.
Feito o impasse. Se as seguradoras de saúde não cederem, os hospitais, sem condições de arcar com esse custo adicional, deixarão de atender emergência nas suas unidades. É um direito que têm os hospitais, e que deve ser respeitado e entendido por todos. Os hospitais em questão são: EMEC, São Matheus, Unimed e HTO.
Caso esse impasse não seja solucionado, restará à população recorrer nos casos de urgência aos Hospitais Dom Pedro de Alcântara, Casa de Saúde Santana, Hospital Geral Clériston Andrade e Hospital Estadual da Criança.
Feira de Santana, é uma cidade com uma estrutura hospitalar privada e pública aquém do seu porte, portanto, medidas urgentes devem ser implantadas para que uma rede assistência médica de urgência, já precária ,não venha a causar mais transtornos para essa grande região.
O plantão de sobreaviso é regulamentado por lei e aqui na Bahia nos hospitais da SESAB estes plantões já são pagos há mais de 40 anos para algumas especialidades e com o mesmo valor do plantão presencial.
Eduardo Leite
gastroajuda@hotmail.com
Um comentário:
Realmente, a remuneração para o serviço médico é vergonhosa. Sou acadêmico de Medicina, e esse é um dos meus medos.
Acredito que as entidades médicas e os próprios médicos como indivíduos poderiam fazer mais pela classe. Há um ano só ouvia falar em PL do ato médico; atualmente, procurei sobre o assunto na internet e não achei nada concreto, ou seja, não sei se foi aprovado ou não.
Outro assunto interessante é o plano de carreira. É um projeto muito tímido na minha opinião, mas ainda assim, representa um avanço, só que quando for aprovado, se for, já estará defasado.
Não sei como, mas providências rápidas devem ser tomadas.
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