Não acredito que esse grito de alerta seja 100% aceito pela categoria médica, esta, peca muito pela falta conscientização pelos seus direitos. Mas, já será um avanço proposto pela Associação Médica Brasileira e demais coligadas. Sentindo-se explorada pelas empresas que exploram a doença,aos poucos, a classe médica vai se conscientizando que não há condições de aceitar tanta submissão.
Há 20 anos os honorários médicos representavam para as seguradoras 20% dos seus custos. Hoje, em média, estes custos estão abaixo de 10%.As maiores despesas das seguradoras na atualidade são para o pagamento dos procedimentos ditos de alta complexidade como medicamentos oncológicos,próteses, órteses, hemodiálise, diárias com UTI, publicidade e a lobistas no Congresso Nacional...
Os honorários médicos além de aviltantes estão sem reajuste há mais de sete anos para a maioria das seguradoras. Não há uma uniformidade de pagamento entre elas.Hoje,em média uma consulta com direito a várias revisões custa em torno de 35,00 reais.Uma operação de apendicite por vídeo-laparaoscopia, paciente em enfermaria, fica por 300,00 reais.
Mesmos os procedimentos de alta complexidade que têm um custo elevado, para o médico, a remuneração também é aviltante.
Está, portanto, exemplificado a total desvalorização dos honorários médicos pela maioria das seguradoras de saúde. A nosso ver, a razão principal dessa desvalorização é por culpa dos próprios médicos que não se mobilizam e determinam o cumprimento de uma tabela de honorários atualizada e condizente.
Lamentavelmente, a segunda parte envolvida e a mais fraca nessa cadeia, o paciente, é a mais penalizada. Pois, parte significativa dos médicos procura alternativas para compensar esses honorários aviltantes, quando optam por outras especialidades que remunerem melhor ou passam a cobrar diretamente dos pacientes.
Que essa paralisação sirva de alerta para todos os segmentos da sociedade, e que a solução seja efetivada com brevidade, afinal, a doença conta com o tempo e com a falta de sensibilidade.
Eduardo Leite
Abaixo a convocação das Associações Médicas do Brasil.
MOBILIZAÇÃO URGENTE - CARTA AOS MÉDICOS
Brasília-DF, 28 de fevereiro de 2011.
Prezado(a) colega,
A relação de trabalho entre os médicos e os planos de saúde está cada vez mais deteriorada. Além dos reajustes insuficientes, muito abaixo da inflação nos últimos dez anos, há interferência na autonomia do médico e os contratos são irregulares, sem cláusulas de periodicidade e critérios de reajustes, contrariando determinação de 2004 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Nossos colegas que atuam na saúde suplementar – cerca de 160 mil médicos em todo o Brasil – têm grande expectativa sobre as ações de suas entidades representativas para enfrentar esses problemas.
Assim, contamos com seu inestimável empenho em mobilizar os médicos para o Dia Nacional de Paralisação do Atendimento aos Planos de Saúde, marcado para o próximo 7 de abril, data em que é comemorado o Dia Mundial da Saúde.
A estratégia integra a nossa agenda de lutas para 2011, definida pelas entidades médicas nacionais (AMB, CFM e Fenam), em reunião ampliada realizada em São Paulo, com a participação de inúmeras entidades estaduais e sociedades de especialidades.
São três diretrizes nacionais do movimento: organizar a luta por reajustes de honorários, tendo como balizador os valores da CBHPM/ Sexta Edição; exigir a regularização dos contratos entre operadoras e médicos, conforme a Resolução ANS Nº 71 / 2004; e promover ações no Congresso Nacional, visando a aprovação de projetos de lei que contemplem a relação entre médicos e planos de saúde.
Sugerimos que as Comissões Estaduais, compostas pelas Associações Médicas, Conselhos Regionais de Medicina, Sindicatos Médicos e Sociedades Estaduais de Especialidades concluam, até o final de março, uma avaliação da situação econômica com levantamento dos valores pagos pelos planos de saúde que atuam no Estado. A partir daí, que seja definida a meta de reajustes para 2011.
Nos meses de abril e maio deve ser iniciado o processo de negociação com os planos de saúde selecionados.
Em junho, diante dos resultados das negociações, devem ser convocadas assembleias estaduais específicas para definir as futuras ações do movimento.
No cronograma proposto, a paralisação do dia 7 de abril é um momento decisivo para protestar e, ao mesmo tempo, alertar a sociedade sobre as graves conseqüências dessa situação.
Por isso, fazemos uma solicitação especial para que sua entidade entre em contato com seus associados, visando a ampla divulgação e a adesão de todos os médicos às seguintes atividades programadas:
1. Suspensão, no dia 7 de abril, quinta-feira, de todas as consultas e procedimentos eletivos de pacientes conveniados a planos e seguros de saúde, com novo agendamento das consultas e dos demais atendimentos, mantida a assistência nos casos de urgência e emergência.
2. Organização, no dia 7 de abril, a critério das entidades médicas locais e estaduais, de atos públicos, coletivas de imprensa e plenárias de médicos que atuam na saúde suplementar.
3. Divulgação, desde já, da “Carta Aberta à População” ( texto anexo), que esclarece e pede o apoio dos usuários à mobilização dos médicos. O sucesso da mobilização no dia 7 de abril é fundamental para fortalecer nossas ações futuras. Pedimos, portanto, o máximo envolvimento e colaboração de sua entidade.
Atenciosamente,
José Luiz Gomes do Amaral
Presidente da AMB
Roberto Luiz d’Avila
Presidente do CFM
Cid Célio Jayme Carvalhaes
Presidente da Fenam
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