Vivemos um caos na saúde pública há muitos anos, com o crescente desenvolvimento da ciência médica esse caos aumenta a cada dia.
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Um paradoxo: crescermos cientificamente e, involuirmos na prestação dos serviços à saúde pública e privada.
Em todos os Estados da União há dificuldade para atendimento à saúde , principalmente nas emergências, nos ambulatórios de atendimento básico e cirurgias de média e baixa complexidade.
Os procedimentos de alta complexidade,estes,correspondem aproximadamente 70% da receita com os gastos do SUS, às lucrativas intermediações com o uso de próteses e medicamentos para tratamento de câncer, graças a um atendimento diferenciado, que resulta em grandes lucros para os empresáriosn da doença.
Aumentando as despesas com o caótico sistema, em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde baixou um edital para compra de lubrificante, alegando prevenção de furos nas camisinhas para diminuir o contágio da Aids no coito anal.
Somos o país do modismo e dos decretos baseados em pesquisas de marketing político ou imposição dos lobistas que defendem os interesses dos empresários das doenças, infelizmente.
Como médico, desconheço qualquer trabalho cientifico, não direcionado por lobistas, que prove ser esse investimento factível do ponto de vista custo/benefício.
Gastar 40 milhões de reais para distribuir sachês de lubrificante no coito anal,quando faltam leitos nas enfermarias, nas UTIs, medicamentos para doentes renais,diabéticos,hipertensos e outros doentes, se não beira à imbecilidade, ao menos, aproxima-se à promiscuidade com o erário público.
Eduardo Leite
www.politicaecorrupcaonasaude.blogspot.com
NA SAÚDE, AS PRIORIDADES, EM PRIMEIRA MÃO, LUBRIFICANTE, DEPOIS.
Reviewed by Eduardo Leite
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1/24/2009 06:09:00 PM
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5 comentários:
Hahahahahaha... Estavamos outro dia eu e algumas enfermeiras amigas comentando o assunto. Você materializou o tema. Perfeito!
Só faltou a antena parabólica na foto.
Sem dúvida tem muita coisa no SUS que precisa ser revisto, principalmente a transparência nas auditorias.
Prezado Eduardo Leite:
A farra com o dinheiro público na saúde não se limita apenas a aplicação politica como esta. O dinheiro anda escasso porquanto sua aplicação é indevida em todas as direções. Veja a noticia abaixo!
DINHEIRO DA SAÚDE PÚBLICA VAI PARAR EM MÃOS ERRADAS
Prefeituras repassam irregularmente verbas federais para ONGs sem qualquer qualificação
Maria Clara Prates - Estado de Minas
Não são apenas os desvios descarados de verbas do governo federal que minam a saúde pública brasileira. A análise dos relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) mostram que há formas mais sutis, como a terceirização de programas que deveriam ser administrados pelas prefeituras, mas vão parar nas mãos de organizações não-governamentais ou entidades civis, muitas delas sem qualquer registro formal ou qualificação técnica.
Nos últimos quatro anos, R$ 9.611.924,37 em recursos públicos foram aplicados por essas associações, na verdade, como forma de driblar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Com o orçamento apertado, os prefeitos lançam mão das entidades para contratar pessoal, deixando em segundo plano cuidados com a saúde da população. Em mãos estranhas, o dinheiro para consultas, remédios, ampliação dos atendimentos financia material de escritório, reforma de móveis, refeições, manutenção de veículos e até mesmo pedágio, além de custas judiciais.
Em Primeiro de Maio, município de 32,2 mil habitantes no Norte do Paraná, todos os programas da União para a área eram tocados pelo desconhecido Instituto Primaense de Saúde Nossa Senhora Aparecida. Na cidade, ninguém nunca ouviu falar da entidade nem sabe informar onde ficava sua sede. “Não sei quem é esse pessoal. Sei apenas que andavam de casa em casa pedindo ajuda para o hospital, mas ele faliu”, diz uma das enfermeiras do Programa da Saúde da Família (PSF), depois de uma consulta de mais de 15 minutos a colegas mais antigas. Apesar disso, em 2006 e 2007, o instituto administrou R$ 1.430.984.20 que foram repassados ao município pelo Ministério da Saúde.
TERMINAL
A farra poderia ter acabado em setembro de 2007, por intervenção do Ministério Público Estadual, que recomendou o fim dos repasses à entidade. Mas saiu o Primaense, que foi substituído pelo não menos desconhecido Instituto Incorpore. Desse, os auditores do CGU não conseguiram qualquer informação ou contratos.
Em outra cidade, Bandeirantes, também no Norte do Paraná, a realidade é a mesma. A Associação de Proteção à Maternidade e a Infância (APMI) é responsável por gerir o Programa da Saúde da Família (PSF). Entretanto, o verdadeiro papel do instituto foi fazer a contratação de pessoal, admitido sem concurso público.
O resultado dessa jogada para a população é o abandono. Pelo menos três comunidades na cidade (Lordani, Belo Vista e Invernada), não são assistidas pelas equipes. A população enfrenta filas nos postos para marcar uma consulta com o médico e o acompanhamento em casa, uma das exigências do programa, só mesmo para aqueles em fase terminal.
Este tipo de manobra com dinheiro público se estende por todas as regiões do país. Em Valença, na Bahia, R$ 1.153.186 do Programa de Atenção Básica (PAB) foram parar nas contas da Organização Técnica de Assessoramento a Municípios (Ortam). A organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) é responsável pela área de saúde e também pela educação no município. Relatório da CGU aponta para irregularidades na contratação e na atuação da entidade. Para os técnicos, a Ortam não tem conhecimento específico sobre a saúde e faz “mera intermediação de mão-de-obra, que acaba distorcendo os valores gastos com pessoal, tendo em vista a necessidade da prefeitura de observar os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal”. As contas da Oscip não são fiscalizadas nem pela prefeitura, nem pelo Conselho Municipal de Saúde.
SILÊNCIO
O cruzamento de dados das fiscalizações revela que só os estados do Nordeste desviaram para as entidades R$ 4,4 milhões do total de R$ 9,61 milhões , sendo que no Sudeste foram R$ 2,9 milhões e no Sul, R$ 2,2 milhões. Para tentar explicar as aplicações indevidas, as administrações municipais vão do silêncio, que pode ser interpretado até como confissão de culpa, à simples confissão.
Procurada pelo Estado de Minas várias vezes, a Prefeitura de Primeiro de Maio não recebeu a reportagem ou retornou as ligações, alegando apenas que a saúde do município tem nova administração há dois meses, que ainda não conseguiu regularizar a situação. Em Bandeirantes, segundo Marinalva Barbosa Ferreira, presidente da APMI, não existe mais vinculação entre a entidade e a prefeitura na área da saúde.
Dr Eduardo,
Realmente este assunto me faz lembrar que, infelizmente a saude nunca será prioridade para o nosso governo. Há 30 anos atrás, era uma enfermeira recem formada e cheia de esperança que acreditava na saude e nas prometidas mudanças, mas os anos passam e tudo continua até pior para a nossa "SAUDE"!! E ainda mais acontecendo coisas deste tipo!!!Inadmissível! Bom texto o seu!!!
Se metade dos brasileiros tivesse a sua coragem, o Brasil seria um joguete menor nas mãos desses bandidos históricos que gerenciam a nossa causa.
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