Vivemos,nesse segundo turno eleitoral, uma oportunidade importante para o futuro do nosso país.Nos últimos 16 anos tivemos dois presidentes que cometeram acertos e erros.O acerto principal que é atribuído a esses dois últimos presidentes,FHC e Lula, e aceito pela maioria, pela assertiva da política econômica.Sem ser economista,discordo.Essa política monetária para mim privilegia o capital especulativo, capitaneado pelos 13 maiores banqueiros internacionais que com os seus sócios nacionais se beneficiam do farto lucro resultante das altas taxas de juros.Resultando no trilionésimo déficit público.
Enquanto isso,para calar a massa sofrida, analfabeta e vítima da falta de ações sociais que realmente resultem em qualidade e eficiência para benefício dos menos favorecidos,como na educação,na assistência à saúde, na segurança, na moradia e na oportunidade de trabalho digno.Ambos os governos,utilizaram-se de ´´benefícios`` demagogos que não resultam em desenvolvimento futuro.
FHC,Fernando Henrique Cardoso, envolto na sua plumagem de homem culto e poliglota perseguido pela ditadura, recomenda que não se leia mais os seus excelentes livros de sociologia e institui o Vale Gás,Bolsa Escola e outros cala miséria,acertadamente criticado como medidas demagógicas pelo seu futuro sucessor,Lula,Luiz Inácio Lula da Silva, quando oposição.
Medidas essas posteriormente,no governo Lula,foram mudadas com roupagem e repaginada ,como Bolsa Família.Este seu maior trunfo eleitoral e vergonhoso legado que danos atuais já resultam e certamente aumentarão se medidas racionais não forem implantadas pelo seu sucessor ou sucessora.Apesar de,ambos,sinalizarem o contrário, atrás de votos dos incautos miseráveis de letras e oportunidades sociais.
FHC,também cometeu outros pecados dentre alguns acertos.Um pecado grave foi a venda ,a preços camaradas, de algumas estatais,como por exemplo: a Vale do Rio Doce.
Outro erro foi mudar a Constituição para benéfico próprio,que resultou na sua reeleição.Para isso cooptou,sabe-se lá como, o mais venal fiel da balança política,o PMDB. Acredito que essa cooptação fez do governo FHC, um governo leniente com a corrupção.
Leniência essa que o governo Lula além de aplicar amplificou-a de maneira estratosférica, como no caso do mensalão e outros escândalos-recentemente o da Casa Civil-,onde, de maneira jocosa e inapropriada para um presidente,Lula,repudiou alegando,como sempre: ser perquisição das elites através da mídia comprometida....Afinal, mesmo entre seus pares, sabe-se que nunca na história dessa república, houve ,até hoje, um governo mais corrupto do que o governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Na inversão da política privativista do FHC,correta no seu conteúdo,Lula,equivocadamente, desgraça a Petrobras ao aumentar o poder do estado nessa promissora empresa,maquiando, seu balanço com o erário,através de um aumento de capital e comprometendo a sua administração com o viés da política dentro dos seus quadros de diretores e conselheiros.
Mas, há um acerto do FHC que seremos gratos por toda a vida que foi, a instituição da LEI DA RESPONSABILIDADE FISCAL, esta medida, veemente repudiada pelo PT, da mesma maneira que repudiou o Plano Real. A Lei da Responsabilidade Fiscal ,com o fortalecimento do MPF,PF , CGU e STJ, resultariam num efetivo combate à corrupção.
Não ter feito uma mudança fiscal, política e investimentos reais na educação, na saúde, na infra-estruturar aeroportuária, naval,ferrovias, rodovias e hidrovias além de não terem investido substancialmente no ensino técnico, no apoio ao micro e médio empreendedor do comércio e do pequeno e médio agricultor além de não frearem o apetite voraz das grandes construtoras que subornam governantes com a mesma naturalidade que bebem um copo d’água.
Foi sem sombra de dúvidas um erro que trouxe e trará graves problemas que dificultará a redução da desigualdade social desse rico e vilipendiado país, vítima de partidos políticos fisiologistas e corruptos.
Tivemos oportunidade de ter com esses dois líderes, que honraria suas biografias, caso investissem numa mudança política para tirar esses políticos parasitas que só se elegem dizendo serem homens de bem e na realidade elegem-se para serem homens com bens, bens oriundos dos desvios do erário.Desvios esses que resultam numa saúde e educação públicas caóticas que aumentam o número de vitimas da Mistanásia, que é a morte do cidadão pela falência do sistema de saúde pública e da decadente educação básica, secundária técnica e universitária.
Empolquei-me com a oportunidade de ter Marina Silva como minha presidenta. Essa brasileira, preparada e que demonstrava sinceridade, honestidade e real compromisso para diminuir essa deplorável desigualdade social.Além disso,é parte de um partido político, o PV,novo e com oportunidade de ser livre do fisiologismo que caracteriza a maioria.Precisamos de um partido sério e o PV tem essa oportunidade.Que os seus dirigentes tenham serenidade e visão futura.
Infelizmente, não deu Marina Silva. Restá-nos, Dilma e Serra. Dilma a continuidade,dizem,do governo Lula. Sem sombra de dúvidas a Dilma poderia ser uma excelente opção, caso, o seu envolvimento com a corrupção na Casa Civil e com as figuras mais podres que enlamearam o PT,partido, que já foi digno. Hoje, o PT, é unha e cutícula do PMDB, partido esse,como bem definiu o Ciro Gomes: ´´um ajuntamento de assaltante cujo presidente,Michel Temer, é o chefe da quadrilha.`` Concordo, e não estou sozinho.
O Serra, a mim, nunca foi simpático mas, reconheço, é a opção que resta e mostra ser a mais racional. Como não votar ou votar nulo ou em branco não pesa, vou, no dia 31 de outubro,consciente,racionalmente sem paixão ou emoção dizer: #Dilmanão.
Dedico esse artigo ao meu colega,que não conheço pessoalmente,Fernando Corrello http://www.fernandocorrelo.blogspot.com/ e aos amigos virtuais @yedasj , Nilson Barcelli http://nimbypolis.blogspot.com/ e Michele http://www.simplesmenteoutono.blogger.com.br/ Abraço forte e com emoção para todos vocês
Eduardo Leite
gastroajuda@hotmail.com
ELEIÇÃO NÃO É DISPUTA DE CAMPENONATO ! VAMOS VOTAR COM A RAZÃO !
Reviewed by Eduardo Leite
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10/09/2010 11:55:00 AM
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9 comentários:
Amigo como você não há.
Só me resta agradecer.
Primeiro, registro que o engraçado é que, ao ler seu primeiro parágrafo, achei que ia declarar voto no PSOL, heheh.
Que bom que o nosso debate lhe inspirou em fazer um texto como esse. É louvável principalmente por que ele vai de encontro ao produzido pela direita nesse período eleitoral: boataria, textos cheios de ódio, que emburrecem o debate e têm transformado essa campanha mais sórdida que a de 1989.
Mas vamos lá.
Concordo com bastante do q foi dito aqui. Contudo, não consigo comparar os governos de FHC e Lula como acertos e erros iguais para os dois lados. As situações foram diferentes, claro, mas os resultados indicam, sem sombra de dúvida para quem cada um deles governou.
Mas antes de comparar os resultados deles, melhor esclarecer o que penso quanto à corrupção. É o que passo a fazer: ninguém detém o monopólio da moralidade. Ninguém pode afirmar: 'no meu governo não haverá corrupção' ou 'minha turma é melhor que a deles, pq aqui ninguém rouba'. Ora, sabemos que o problema da corrupção no brasil é estrutural. Encontramos corrupção nos motoristas que sugerem 'pagar a cervejinha' pra se livrar de uma multa de trânsito e tb na Casa Civil que afeta diretamente todos brasileiros. Como proclamar que uma turma de 100 mil (por baixo) funcionários públicos não vão se corromper? Bem complicado, e o que se vê na história é que todos aqueles q precisam se proclamar paladinos da ética e da moralidade nos decepcionam logo em seguida.
Mas não estou sugerindo que se seja complacente com a corrupção. Jamais! O que acho é que devemos combatê-la com eficiência. E o papel do governo, nesse sentido, deve ser o de permitir a investigação, tornar livres e autônomos os órgãos de investigação (como já lhe disse uma vez no twitter). E aqui há uma diferença ENORME entre os governos FHC e Lula
O procurador-geral da República, chefe máximo do MP, é indicado pelo presidente da República depois de uma votação entre os integrantes da classe de procuradores. Pra começar, FHC nunca indicou o mais votado, sempre indicou o mais conveniente pra ele. Vocês devem se lembrar do engavetador Geral da República, que indicado por FHC, arquivou 90% dos processos que investigavam funcionários públicos. Em FHC, apesar de ter a imprensa a favor, as denúncias que surgiam terminavam sempre abafadas http://www.consciencia.net/brasil/03/cardoso.html e como foram numerosas... tem mais aqui; http://www.consciencia.net/corrupcao/documentos/fhc-45escandalos.html
Essa tipo de figura não existiu com o governo do PT. Sempre era indicado o mais votado pelos integrantes da classe de procuradores. Nesse período, ao contrário dos anos anteriores, foram penalizados com demissão mais de 2600 funcionários públicos. Houve a denúncia do mensalão!. A CGU se tornou bem mais atuante. A PF, apesar do esperneio de alguns, ganhou bem mais verbas e destaque. A imprensa, ainda que seja inteiramente contra o governo, é livre. Não há casos de atos concretos do governo que atentem contra liberdade de imprensa. O governo Lula promulgou lei que interiorizou a Justiça Federal, criou centenas de varas federais no interior do país, e junto com elas levou o MPF e, a passos mais lentos ainda, a PF e a Defensoria Pública da União. E aqui trago um dado local, que ajudei a construir: só em dezembro no ano passado, foram mais de 30 ações de improbidade contra gestores de cidades próximas a Feira de Santana. Ainda é pouco, sabemos, mas imaginar isso há 10 anos era loucura! Queremos mais!!
Para fortalecer órgãos de investigação, bom foi ter imposto a derrota a Marcelo Itagiba nessas eleições.
Enfim, poderia passar a noite escrevendo sobre isso mas digo o seguinte: Não dá pra falar em combater a corrupção do PT, trazendo para o governo um grupo que foi ainda mais corrupto e complacente com a corrupção. Combater corrupção dando espaço pra mais corrupção ainda?? Pra mim não faz sentido.
Agora, posso falar de PT x PSDB em outras áreas, que esclarecem para quem cada um deles governa. Veja só:
- FHC deixou o salário mínimo em 64 dólares. Lula conseguiu aumentar pra 290 dólares
- FHC conseguiu gerar 5 milhões de empregos (há referências que dizem ter sido 800 mil, mas vamos dar um crédito). Lula gerará até o fim do governo 15 milhões.
- 28 milhões de pessoas deixaram a linha da pobreza no governo Lula. FHC tirou apenas 2 milhões.
- A taxa de juros no governo FHC estava no patamar de 27%, enquanto atualmente está em 10% (poderia ser bem menos, mas vá lá..)
- Reservas cambiais: com FHC estavam em 185 bi negativos. Lula já consegue 270 bi positivos
- Lula não precisou, como fez FHC, segurar o câmbio acabando com as reservas do país, apenas para garantir sua reeleição (coisa que ele, estadista, criou com a PEC da reeleição)
enfim, também poderia passar a noite colhendo dados positivos para comparar os dois governos. Mas vcs podem ver isso http://www.casacinepoa.com.br/o-blog/jorge-furtado/dez-falsas-raz%C3%B5es-para-n%C3%A3o-votar-na-dilma
ou isso http://desafios2.ipea.gov.br/003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=14713 ou isso tb http://namarianews.blogspot.com/2010/10/uma-verdade-de-375.html mas o melhor é esse : http://lulavsfhc.tumblr.com/
Enfim, novamente, o que eu analiso nesse 2º turno é a escolha de proposta de governo. Só há essas duas opções. E claramente, Lula governou para ricos, banqueiros, mas muito também para os mais carentes. E se hoje eles, os mais carentes, ainda podem decidir uma eleição é pq são muitos. É preciso fazer bem mais ainda e não quero retroceder para o governo de PSDB.
Por isso, pra mim é #dilma13
Abraços com emoção e razão!
Yeda.
Agradeço o seu comentário. O discurso comparativo sobre FHC e Lula faz parte do jogo político do projeto de poder do PT. Esse jogo perde sentido porque as comparações pró Lula são evidentemente manipuladas e facilmente desmontado porque o sucesso monetário do governo Lula é devido a continuidade do governo FHC que herdou uma situação totalmente diferente no caso Lula.Você,com precisão e,acredito,sem maldade,usa dos mesmo artifícios contábeis do PT.O erro do FHC e do Lula,no tocante à política econômica,ao contrário do que diz a publicidade mentirosa de ambos é que essa política privilegia os mais ricos e com o uso da publicidade enganosa e projetos CALA MISÉRIA, tipo Bolsa Família e vagas em faculdades cada vez mais deficientes. Poderia aqui elaborar mil e uma questões para provar que essa política é equivocada. Mas, um ponto que me incomoda muito é essa ótica absurda e equivocada de justificar a corrupção de um governante com a idéia de que porque há muitos brasileiros que são desonestos.A desonestidade é uma característica do ser animal do tipo humano e que deve ser repudiada por todos em especial num chefe de nação ou candidato a presidente.A minha opção política para o dia 31 não é por simpatia a um dos dois candidatos.A certeza que eu tenho é que a Dilma além de despreparada é uma pessoa comprovadamente corrupta e pertence a um partido falso na sua origem que se diz esquerdista e na realidade é um partido comandado por dirigentes que estão sendo julgados como chefe de quadrilhas no STF.Não sou dono da verdade muito menos paladino da moralidade.Procuro como cidadão não ser omisso e me indignar contra esses demagogos e corruptos que infestam o poder público.Mais uma vez agradeço o seu comentário e mantenho a essência do meu texto,eleição não é disputa de campeonato,eleição é pensar com racionalidade e visão cidadã.No dia 31 vou dizer sem emoção ou paixão #Dimalnão.
Meu ponto sobre a corrupção não é que tento justificá-la dizendo q muitos brasileiros são desonestos. É a forma como FHC e como Lula encararam as políticas de combate. Com FHC, pra resumir, elas não existiam ou eram abafadas. Lula, pelo contrário, pra citar apenas um exemplo, demitiu 2600 funcionários públicos condenados (depois de passar pelo crivo do processo penal). FHC indicou um PGR que arquivou 90% desses processos contra funcionários. Quanto a processos no STF, faça uma busca, a maior parte é de pessoas ligadas a PSDB, DEM e PMDB. O próprio Eduardo Azeredo, presidente do PSDB em 1998, é réu e foi denunciado por ser o mentor e principal beneficiário do Mensalão. Veja no google.
Enfim, desconheço isso d Dilma ser comprovadamente desonesta, corrupta. Ela já foi processada, julgada e condenada? Espero q o Sr. não esteja considerando a prisão dela num regime ditatorial de direita.
Bom, era isso, abraços com emoção
Carinho e saudade.
O vice-versa também é verdadeiro.
Não vou entrar na comparação FHC x Lula e PT x PSDB, pois a agenda dos partidos é clara e ninguém pode se fazer de desentendido depois de experimentar dois mandatados de cada um. Todavia, gostaria de entender como as pessoas conseguem ver José Serra como um bom administrador. Começando já no governo FHC: Deixou o Senado logo depois da posse e assumiu como Ministro do Planejamento: trabalhou única e exclusivamente para o processo de privatização. Como Ministro da Saúde, não inaugurou um leito sequer. As campanhas de vacinação continuaram pela inércia (fora o incidente com a Xuxa), bem como o projeto dos Genéricos e medicamentos para AIDS (feito por outros). Interrompeu o trabalho de prevenção da Dengue e deu no que deu. Houve ainda os casos das Ambulâncias em que nada foi apurado. Na Prefeitura de SP, deixou tudo na mão do Kassab que, já se sabia, seria seu sucessor. No governo de SP, apenas tocou algumas obras em andamento como o Rodoanel e o Metrô (ganhou a cratera de brinde) e suspendeu contratos importantes como o afundamento da calha do Tietê, resultando na volta das enchentes (Alckmim havia dito que nunca mais voltariam). Entre suas obras mais importantes estão as centenas de praças de pedágio instaladas em apenas três anos nas rodovias paulistas. Por esse desempenho pobre e tendo se mostrado um político desinteressado, não me empolguei. Dia 31 votarei com a razão em Dilma 13.
Para que serva de reflexão a respeito das ´´graves`` denúncias contra o governo FHC e aos que enaltecem o governo Lula coloco esse artigo de Merval Pereira postado no blog do Noblat.
Mentira como método
O PT estabeleceu um método de atuação política nos últimos anos que, por ter dado certo do ponto de vista de resultados, passou a ser um parâmetro a balizar os seus concorrentes, o que lhe dá vantagens claras. O partido, apesar de todas as encrencas em que se meteu, é a legenda preferida de 25% dos eleitores, e o PMDB vem em segundo com menos de 10%.
É claro que a presença de Lula no governo dá ao partido essa preferência, que pode desaparecer com o fim do mandato do presidente mais popular da História recente do país. Mas é essa popularidade que dá também ao governo a possibilidade de nivelar por baixo a atividade política, utilizando a mentira como arma eleitoral.
Um exemplo típico é o debate sobre privatizações, que havia dado certo na eleição de 2006 e hoje continua dando resultados, embora mais modestos, já que o PSDB perdeu o medo de assumir as vantagens da privatização para o desenvolvimento do país, embora ainda timidamente.
Logo depois da eleição de 2006, o marqueteiro João Santana, o mesmo que comanda a campanha de Dilma hoje, deu uma entrevista a Fernando Rodrigues, da "Folha", revelando que a discussão sobre as privatizações fora utilizada como uma maneira de reavivar "emoções políticas" no imaginário do brasileiro comum.
O erro de Alckmin, ensinava Santana na entrevista, foi "não ter defendido as privatizações como maneira de alcançar o desenvolvimento".
Santana admitia na entrevista que a impressão generalizada de que "algo obscuro" aconteceu nas privatizações, explorada na campanha de Lula, deveu-se a um "erro de comunicação do governo FH, que poderia ter vendido o benefício das privatizações de maneira mais clara. No caso da telefonia, teve um sucesso fabuloso. As pessoas estão aí usando os telefones".
Perguntado se não seria uma estratégia desonesta explorar esses sentimentos populares que não exprimem necessariamente a verdade dos fatos, João Santana foi claro: "Trabalho com o imaginário da população. Numa campanha, trabalhamos com produções simbólicas."
O tema, como se vê, não era uma bandeira ideológica que Lula defendesse ardorosamente, assim como continua não sendo hoje, mesmo porque o governo Lula privatizou bancos e linhas de transmissão de energia, e até exploração de madeira na Floresta Amazônica, projeto, aliás, aprovado com o apoio de várias ONGs e do PSDB.
Na campanha atual, a candidata do PT continua demonizando as privatizações com frases que não combinam com a realidade de seu governo.
No recente encontro com intelectuais no Rio, ela disse em tom exaltado, provocando aplausos generalizados: "Fazer concessões no pré-sal é privatizar, é dar a empresas privadas um bilhete premiado."
Se, entre intelectuais, Dilma pode dizer semelhante absurdo e ainda ser aplaudida, o que dizer entre os eleitores mais desinformados sobre o assunto?
Será que aquela plateia não sabia que o governo Lula já licitou, utilizando o sistema de concessão, vários blocos do pré-sal sem que houvesse necessidade de fazê-lo se realmente considera que estava privatizando o pré-sal?
CONTINUA...
CONTINUAÇÃO.....
A acusação de que o candidato tucano, José Serra, privatizou a Companhia Siderúrgica Nacional, além de equivocada no tempo — o que valeu ao tucano um direito de resposta — está errada no conteúdo.
A privatização se deu no governo do hoje senador eleito Itamar Franco, que era contrário à ideia. Quem liderou a pressão para a venda foi a Força Sindical, central que hoje está integrada ao governo Lula.
Com relação à privatização da Vale, a história real é ainda mais estarrecedora.
O governo teve uma ocasião perfeita para reverter a privatização da Vale, se quisesse. Foi em 2007, quando o deputado Ivan Valente, do PSOL, apresentou um projeto nesse sentido que foi analisado na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara.
O relator do projeto foi o deputado José Guimarães, do PT, aquele mesmo cujo assessor fora apanhado com dólares na cueca num aeroporto na época do mensalão.
Pois o relator petista votou pela rejeição ao projeto de lei, alegando em primeiro lugar que "não há como negar que a mudança das características societárias da Companhia Vale do Rio Doce foi passo fundamental para estabelecer uma estrutura de governança afinada com as exigências do mercado internacional, que possibilitou extraordinária expansão dos negócios e o acesso a meios gerenciais e mecanismos de financiamento que em muito contribuíram para este desempenho e o alcance dessa condição concorrencial privilegiada de hoje".
Segundo o petista, "a privatização levou a Vale a efetuar investimentos numa escala nunca antes atingida pela empresa, (...) o que, naturalmente, se refletiu em elevação da competitividade da empresa no cenário internacional". José Guimarães assinalou que com a privatização a Vale fez seu lucro anual subir de cerca de 500 milhões de dólares em 1996 para aproximadamente 12 bilhões de dólares em 2006.
E o número de empregos gerados pela companhia também aumentou desde a privatização — em 1996 eram 13 mil e em 2006 já superavam mais de 41 mil. Também a arrecadação tributária da empresa cresceu substancialmente: em 2005, a empresa pagou dois bilhões de reais de impostos no Brasil, cerca de 800 milhões de dólares ao câmbio da época, valor superior em dólares ao próprio lucro da empresa antes da privatização.
Se o candidato tucano, José Serra, simplesmente lesse o relatório do deputado petista em um debate, ou na propaganda eleitoral, estariam respondidas todas as acusações da campanha adversária.
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