Foto: Max Haack/BN
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Quando soube que não existia um serviço de neurologia e que o déficit de leitos de UTI e de Enfermaria, além de inúmeros outros problemas, arregacei as mangas e fui à luta.
Esse segundo livro,assim como o primeiro, não é genérico como disse o governador Jaques Wagner no último debate via TV Bahia. São livros escritos com detalhes e precisão que servirão para que um gestor responsável e comprometido com o bem público possa reverter o imoral caos na saúde do nosso estado.
A minha luta por melhores condições de saúde vem desde o meu tempo de estudante de medicina. Lembro-me até hoje de um dos meus primeiros pacientes ,quando estudante estagiário, no Hospital Santo Antônio das Obras Assistências da Irmã Dulce, um senhor de mais de 70 anos, diagnóstico final: fome. Depois de formado,também no Hospital da Irmã Dulce, disse a ela mesma, que ela era aquela válvula de pressão da panela da miséria do povo da Bahia.
Ao longo dos meus 35 anos como médico tenho visto um vertiginoso desenvolvimento técnico da medicina e ao mesmo tempo vejo uma saúde pública cada vez mais caótica, corrupta e uma medicina privada cada vez mais mercantilista e distante dos princípios que regem a ética médica.
No dia 29 de junho de 2007 assumi a direção geral do maior Hospital Estadual da Bahia, Hospital Geral Clériston Andrade, em Feira de Santana. Há muitos anos que eu estava afastado desse hospital,o que eu encontrei foi um total descaso e falta de respeito ao ser humano,na realidade ali era o verdadeiro inferno e a base da Mistanásia-a morte do cidadão por falha do poder público.
Quando soube que não existia um serviço de neurologia e que o déficit de leitos de UTI e de Enfermaria, além de inúmeros outros problemas, arregacei as mangas e fui à luta.
Não havia planejamento nem metas a cumprir,foi assim que me entregam este hospital onde mais de 1600 funcionários trabalhavam no limite máximo do desânimo e da descrença.Em menos de 4 meses consegui construir 60 leitos de enfermaria e montar um Serviço de Neurocirurgia que salvou centenas de vidas que, fatalmente, se não tivessem morrido estariam com graves seqüelas resultantes da demora absurda nas transferências para Salvador.
O que me fez desistir depois de um ano e 15 dias foi ver a falta de interesse por parte do governo Jaques Wagner em reverter esse imoral caos. A falta de planejamento e a leniência com a corrupção por parte da SESAB me levaram a pedir exoneração.
Mesmo assim acreditava com a minha saída, que agradou a uns poucos políticos fisiologistas do PT e do PC do B, que os projetos que eu mesmo elaborei seriam tocados pelo meu substituto, como por exemplo, os 38 leitos de UTI, a Enfermaria de Neurocirurgia e outros.
O primeiro livro POLÍTICA E CORRUPÇÃO NA SAÚDE PARTE I, já estava pronto antes do pedido da minha exoneração-eu tinha certeza que não poderia continuar diante de tantos absurdos que matavam inocentes e humilhava outros tantos. Nesse primeiro livro,apesar dos absurdos cometidos pela SESAB,eu acreditava que o governo Wagner poderia encontrar o rumo da responsabilidade que todo gestor público tem a obrigação de seguir.
Ledo engano. O governo Wagner, notadamente na saúde, mostrou-se irresponsável e leniente com a corrupção. Erros inaceitáveis num governo que se dizia socialista e que estava comprometido com as mudanças, mentiu para os baianos que almejavam mudanças.O povo baiano estava cansado dos desmandos do carlismo, por isso, elegeu o governador que se dizia honesto e disposto a reverter o caos em especial na saúde,na educação e na segurança.
Ledo engano. O governo Wagner, notadamente na saúde, mostrou-se irresponsável e leniente com a corrupção. Erros inaceitáveis num governo que se dizia socialista e que estava comprometido com as mudanças, mentiu para os baianos que almejavam mudanças.O povo baiano estava cansado dos desmandos do carlismo, por isso, elegeu o governador que se dizia honesto e disposto a reverter o caos em especial na saúde,na educação e na segurança.
Por isso, depois de um ano da minha exoneração, escrevi o segundo livro, onde, relato com detalhes todos esses absurdos que continuam vitimando a milhares de inocentes que têm que procurar o serviço público.
Esse segundo livro,assim como o primeiro, não é genérico como disse o governador Jaques Wagner no último debate via TV Bahia. São livros escritos com detalhes e precisão que servirão para que um gestor responsável e comprometido com o bem público possa reverter o imoral caos na saúde do nosso estado.
O terceiro livro aguarda os resultados que o tempo irá mostrar devido à falta de planejamento e compromisso com a eficiência e promovendo o mais deslavado fisiologismo. Espero que o próximo governador seja o inverso do atual. A Bahia só tem a lucrar se assim o destino nos prover.
Eduardo Leite
Eduardo Leite
http://www.politicaecorrupcaonasaude.blogspot.com/
gastroajuda@hotmail.com
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GOVERNADOR,MEUS LIVROS NÃO SÃO GENÉRICOS !
Reviewed by Eduardo Leite
on
9/29/2010 09:50:00 AM
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3 comentários:
Colega Eduardo,
Tenho seus dois livros.
Ainda não li o segundo. Mas está na fila preferêncial. Aquela destinada aos que tem de urgência. Uma espécie de pronto socorro cultural. Ou do saber, como queira.
Leitor de seu blog, posso dizer termos bastantes afinidades comuns nos pensamentos.
Continue assim. Temos que criar os fichas sujas da saúde.
Felicidades.
Fernando Corrêlo.
* Esta postagem será reproduzida no meu blog.
Prezado Fernando.
Saúde e esperança,sempre.
Concordo que temos alguns pontos em comum, vejo-os nos seus artigos.Gostaria muito que você lesse esse segundo livro.Tenho certeza que as nossas semelhanças aumentarão assim como as nossas decepções por homens públicos ,pelos quais acreditávamos que fossem descente...forte abraço,
Eduardo Leite
"...uma saúde pública cada vez mais caótica, corrupta e uma medicina privada cada vez mais mercantilista..."
Não conhecendo o contexto, o problema mais grave será a organização e não a corrupção (houvesse corrupção com bom funcionamento e já não seria mau de todo...).
A medicina privada é uma opção muito perigosa, precisamente por causa do mercantilismo. Acho que os cuidados de saúde devem ser prestados por entidades públicas. Os privados poderiam fica apenas com algumas prestações de serviços especializados (exames, no essencial). Porque ganhar direito à custa da pouca saúde dos outros é moralmente obsceno...
Não desista da sua luta, caro amigo.
Bom fim de semana.
Abraço.
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