MÉDICOS X SESAB, O IMPASSE EVITÁVEL.

Essa é a prioridade.

Fiquei sabendo pelo blog do Velame, 23/03/2010, sobre o pedido de demissão dos médicos anestesistas, cirurgiões e ortopedistas que prestam serviços no segundo maior hospital da rede estadual de saúde, Hospital Geral Clériston Andrade- HGCA, em Feira de Santana-Ba.

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Conforme está na nota, os médicos, previamente entraram em contato com a SESAB-Secretaria de Saúde do Estado da Bahia –,CREMEB -Conselho Regional de Medicina-,SINDIMED-Sindicato dos Médicos-Ba- e o Ministério Público Estadual em Feira de Santana, para comunicar as suas reivindicações e posterior decisão.

A questão principal é salarial. O absurdo é que dentro da SESAB há diferença salarial para as várias categorias de médicos. Quando eu assumi a direção do HGCA fiquei surpreso com essa diferença salarial que na época o cirurgião geral ganhava mais do que os pediatras e clínicos.Situação essa que se inverteu.

Conforme relatei nos livros que escrevi, POLÍTICA E CORRUPÇÃO NA SAÚDE , essa diferenciação traria problema de difícil solução.Comuniquei ao próprio secretário Dr. Jorge Solla, de que deveria evitar tal diferenciação.Sugeri também que dar condições dignas de trabalho para os médicos seria de fundamental importância não só para proporcionar um trabalho mais eficiente e humanizado para as duas partes: o paciente e os profissionais da saúde.

Acontece que conforme relatei no segundo livro não há planejamento operacional inteligente dentro da SESAB. Há sim um planejamento desorganizado e claramente eleitoreiro. Nunca ,em três anos, se investiu tanto na saúde da Bahia, como atualmente, só que se investiu em reformas e construções de hospitais que não funcionam de fato.Cito como exemplo o Hospital de Santo Antônio de Jesus e o de Juazeiro, assim como, o próprio HGCA, onde foram investidos mais de 12 milhões em ampliações, compra de equipamentos e reformas.

Investimentos esses que não resultaram em melhorias evidentes.No caso do HGCA,por exemplo, foi feito a reforma do Centro Cirúrgico, mas não fizeram contratação de funcionários, o que resultou num Centro de Recuperação de Paciente pós Operados-CRPO-que permanece fechado.Compraram um caríssimo microscópio cirúrgico mas não disponibilizam material para as cirurgias. No caso do HGCA há um déficit de mais de 800 funcionários e nada é feito.

Portanto, para esse (des) governo há 128 milhões de reais a serem gastos em um único ano em publicidade e propaganda (´´Conincidentemente`` em período eleitoral), mas não há verba para a contratação e justas melhorias salariais.Só o palanque, onde esteve a candidata-ministra Dilma, para inauguração da reforma do C.C. e da cozinha do HGCA (esta reforma levou mais de 2 anos), custou 150 mil reais, sem falar nos outros custos como deslocamento das comitivas e etc.

Quanto às reivindicações dos médicos ela é justa e deve ser atendida. A nosso ver os médicos cometeram o erro de ter como prioridade apenas as melhorias salariais, estas, importantes, sem dúvida, mas, a mais importante das reivindicações deveria ser a luta por melhores condições operacionais de trabalho.
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Esperamos que até o dia 9 do corrente mês haja bom senso e responsabilidade por parte da SESAB e que além da resolução ao pleito dos médicos,as contratações, a construção de novos leitos de UTI e da enfermaria de Neurorologia sejam efetivados no HGCA assim como as prioridades das outras unidades já existentes.

Eduardo Leite

gastroajuda@hotmail.com