No século VIII a.C. a lenda do nó Górdio (rei da Frígia) dizia que quem o desatasse seria o senhor da Ásia. Durante muitos anos o nó não foi desatado por inúmeros aventureiros. Alexandre, o Grande, depois de analisá-lo, com a sua afiada espada simplesmente cortou o nó, e em seguida invadiu a Ásia.
Tornou-se então o nó Górdio, sinônimo de dificuldade.
No caso da medicina ou da saúde pública e privada, a falência desse sistema, é o nó Górdio a ser desatado em todo o mundo, pois, os custos com os avanços na alta tecnologia nos meios de diagnósticos, das novas técnicas cirúrgicas e dos novos medicamentos, associados ao maior tempo de vida das pessoas, estão inviabilizando uma atenção à saúde de qualidade para todos.
O problema principal reside na formação do próprio médico cujo embasamento principal é voltado para à doença e não para o paciente em si. Falta também na formação do médico conhecimento em psicologia. Lacuna essa, inadmissível.
Além desse problema, associa-se a falta de padronização de condutas médicas, uma política de saneamento básico nos países ditos em desenvolvimento, uma política de saúde pública voltada à prevenção de doenças.
Também é de fundamental importância uma melhor assistência médico-ambulatorial disponibilizando policlínicas bem estruturadas que atendam em regime de 24 horas, melhor treinamento médico-odontológico para os Programas de Saúde da Família. Essas melhorias diminuiriam em mais de 85% os atendimentos nas emergências.
Como a maioria das doenças é de origem psicossomática a falta da valorização do psicólogo nos programas de saúde pública e privada beira à imbecilidade.
Não é tão simples (e contra os propósitos de então), como fez Alexandre, o Grande, que com um único golpe cortou o nó e tornou-se o Rei da Ásia. Encontrar a solução para o nó Górdio da Atenção à Saúde, começa por repensar a formação do médico. Esta já seria uma grande saída.
Eduardo Leite
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