A RESPOSTA ...

Enquanto aguardava a minha encomenda no restaurante Casa Rosada, papeava com o proprietário. De futebol, à última eleição, crise mundial e finalmente no assunto que me motivou a escrever esse artigo.

O simpático pernambucano apaixonado por Feira, com pouco estudo mais com ´´doutorado honoris vida``, me torpedeou com uma frase cheia de entre linhas: ´´ doutor o senhor já viu como tem tanta gente doente?

Se vamos aos postos de saúde, de madrugada, já tem fila dobrando quarteirão, se é no Pronto Socorro do estado, tem gente saindo pelo ladrão, se é nos hospitais ou nos consultórios particulares tem muita gente de convênio ou particular esperando por mais de três horas para ser atendido.

O que está havendo doutor? Perguntou novamente. No meu tempo de criança não tinha isso não, finalizou, aguardando resposta.

Foi uma semana puxada para mim. O lançamento do meu livro, HCA Política e Corrupção na Saúde, na Saraiva, os preparativos para a esperada viagem à Araxá. Em fim, não estava nos meus planos escrever nada neste final de semana. Principalmente por que o último artigo aqui postado já tratava do tema.

Mas as instigantes perguntas do meu amigo me acompanhavam e, aqui estou escrevendo a minha resposta.

Se, nos EUA 80% dos antibióticos prescritos pelos médicos americanos são indevidos e desnecessários (levando a sérios problemas de efeitos colaterais e diminuição da imunologia).

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Se de 30 a 40 % dos caros tratamentos oncológicos são indevidos e danosos aos pobres pacientes que poderiam ter uma melhor qualidade de vida nos últimos meses ou anos que lhes restariam.

.Se o uso indiscriminado de antiinflamatório e analgésico que podem levam à insuficiência renal e hepática.

.Se mais de 60 % das internações hospitalares são indevidas, assim como os pedidos sem critérios dos mais diversos meios de diagnósticos como, por exemplo: um simples exame de sangue a uma sofisticada cintilografia do miocárdio, fossem revistos e medidas fortes fossem efetivadas para proibirem esses absurdos.

Muitas vidas seriam poupadas e sobrariam recursos públicos e privados para serem disponibilizados na prevenção das doenças e melhoria de condição de vida dos enfermos.

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A influência da indústria farmacêutica e do capitalismo selvagem desvirtua sobre maneira os verdadeiros compromissos da medicina para com o cidadão, deixando de lado o bem estar do indivíduo, indo apenas em busca do lucro e nada mais.

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Valorizar só a doença esquecendo-se da alma-consciência do complexo bio-psiquê (homem) é o maior equívoco da ciência médica.

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Enquanto tivermos uma assistência à saúde onde a medicina dita curativa é priorizada e a psicologia é relevada a um terceiro plano, teremos filas gigantescas de pacientes crônicos e incuráveis, para aumentar substancialmente os lucros dos empresários da doença.

Eduardo Leite
eduardoleite@gastroajuda.com.br