Essa é a mesa que foi citada como uma maca que desabara e matara um feto já morto (Foto tirada pelo fotógrafo Quirós, do Correio da Bahia.
Ontem, 25/6, pela manhã, fui procurado por um repórter de uma TV local que procurava informações a respeito de uma parturiente que, segundo informou, tinha caído de uma maca que desabou com a referida paciente, no dia 20/06 no HCA (Hospital Clériston Andrade).
Após receber o prontuário da paciente, pude constatar que a paciente deu entrada no hospital por volta das 11 hs referindo ter procurado o HCA por estar há mais de 12 horas sem sentir os movimentos do seu filho e que passara a sentir cólicas abdominais.
O médico plantonista baseado nas informações da paciente e no exame físico , supeitou de feto morto de 37 semanas e solicitou um ultra-som, que foi feito às 13.38 hs, cujo resultado evidenciou a ausência de batimentos cardio-fetal, definindo como feto morto. Não referiu descolamento de placenta.Não há relato de queda da maca da paciente.
Em momento algum a direção do HCA foi procurada pela parturiente ou algum responsável. Preferiram procurar um canal de TV e denunciar o HCA como o responsável pela morte do seu filho, cuja mãe teria caído de uma maca , conforme informou o repórter.
Mesmo mostrando as evidências clínicas e da bio-imagem (ultra-som), o repórter insistiu em afirmar que a morte fetal tinha sido decorrente da queda da maca.Perguntado se era comum uma maca quebrar com paciente respondi que não era rotina mas poderia acontecer. Falei, inclusive, que há mais de seis meses compramos 60 macas e que cinco delas tinha tido problemas.
Relatei que por ter que seguir determinações legais das licitações, em alguns casos, mesmo seguindo as padronizações licitatórias somos obrigados a adquirir produtos pelo menor preço e que alguns desses produtos podem ter uma qualidade inferior.
Mas, quando detectamos anormalidades em algum produto, formatamos um parecer e comunicamos à SESAB .Pensei que com as evidencias expostas o repórter faria o seu trabalho com isenção e a ética esperada de qualquer profissional que se diz comprometido com a verdade.
Para minha surpresa vi a matéria distorcida, pelo repórter que afirmava de que eu disse que a SESAB comprava produtos de baixa qualidade.
Duas mentiras! Primeiramente, a paciente não desabou de uma maca, mas, infelizmente, desequilibrou-se ao subir numa mesa de exame , cuja foto postada foi tirada pelo fotógrafo Queirós, do Correio da Bahia, coincidentemente do mesmo grupo jornalístico e empresarial da TV local, responsável, também, pela descoberta de que não foi uma maca e sim uma mesa de exame. Segunda mentira ou distorção: eu não disse que a SESAB era costumaz em comprar produtos de baixa qualidade.
Relatei a todos eles que na mesma semana desse episódio tão avidamente noticiado por eles, um jovem de 28 anos foi submetido a uma cirurgia de urgência por causa de um tiro no coração e já estaria de alta após sete dias da cirurgia cardíca de urgência. Bem, essas boas notícias não interessam...
Lamentamos que existam profissionais que procuram no sensacionalismo a audiência ou a subserviência para servir a detratores .
O que realmente interessou tanto a esse grupo jornalístico que, não convencido das distorções da sua coligada TV, enviou de Salvador um fotógrafo e uma jornalista para cobrirem uma denúncia que, estranhamente, não foi divulgada pelas rádios locais?
Para esses profissionais, sempre é oportuno citar o eminente jornalista e intelectual Joaquim Falcão:
``Ser o que não se é, é errado. Imprensa não é justiça. Essa relação é um remendo.Um desvio institucional.Jornal não é fórum .Repórter não é juiz Nem editor é desembargador . E quando, por acaso, acreditam ser, transformam a dignidade da informação na arrogância da autoridade que não têm. Não raramente, hoje , alguns jornais , ao divulgarem a denúncia alheia , acusam sem apurar.Processam sem ouvir.Colocam o réu, sem defesa, na prisão da opinião pública . Em fim, condenam sem julgar.´´
Eduardo Leite
INFORMAR ,SEMPRE. DISTORCER, JAMAIS!
Reviewed by Eduardo Leite
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6/26/2008 10:14:00 PM
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