CRISE NOS HOSPITAIS PÚBLICOS E NO ARISTIDES MALTEZ.

A Tribuna da Bahia noticiou ontem e hoje sobre a grave crise da rede pública estadual, referindo-se aos hospitais de emergência, Roberto Santos e HGE, e o estado pré-falimentar do Hospital Aristides Maltez, este, referência em câncer que atende ao sistema SUS. Pertinente lembrar que emergência e câncer não contam com o tempo.

O problema é nacional. A assistência médica pública há muito vem em grave cronicidade à beira do caos total, não vê quem não quer.

A imprensa, cansada e desmotivada, revigora-se a nível estadual e nacional noticiando casos de garotas anoréxicas em Feira de Santana, esquecendo-se das garotas e garotos magrelos, não por anorexia nervosa, mas, por falta de comida no prato do dia a dia deste rico e roubado Brasil.

Por mais recursos que sejam alocados na rede hospitalar pública, sempre, serão insuficientes. A assistência médica pública só melhorará se houver uma mudança na formação dos médicos que cada vez mais são pródigos em solicitar exames, receitar muito e ouvir quase nada dos seus infelizes pacientes.

Uma assistência médica voltada à doença esquecendo a prevenção é fadada ao insucesso. Tratamentos médicos impostos por professores bancados pela insaciável indústria farmacêutica só resulta em custos elevados e resultados duvidosos, quando não manipulados.

Uma capital como Salvador e as demais cidades do estado que convivem com índices absurdos de falta de saneamento básico, enriquecem substancialmente a indústria da doença.

O importante Hospital Aristides Maltez, cujo atendimento ao SUS representa 99% dos seus internamentos está passando por mais uma crise financeira, é inaceitável, quando sabemos dos grandes lucros que as clínicas ambulatoriais de oncologia amealham a cada fatura da mesma rede conveniada do SUS...

Porque o Ministério da Saúde privilegia grupos médicos em detrimento à rede hospitalar que presta serviços ao SUS?

Porque a pobre Bahia perdoa mais de trezentos milhões de dívidas de ricas empresas? Algo de errado, com certeza, há por existir a nível nacional e estadual.

Eduardo Leite
eduardoleite@gastroajuda.com.br