ATÉ QUE EM FIM, BOAS NOTÍCIAS .

Continuo a lamentar o caótico sistema público de saúde na nossa estratégica cidade. Com trinta anos exercendo a medicina, vejo, infelizmente, cada vez mais verdadeiros absurdos nesta esfera administrativa.

A falta de visão por parte dos governadores baianos em relação ao potencial estratégico que Feira representa para um atendimento médico referenciado disponibilizado para mais de quatro milhões de habitantes residentes nas cidades que têm Feira como referência, resultou ao longo de décadas em desperdício de verbas públicas, e, o que é pior em morte e sofrimento de milhares de vidas.

Felizmente, vislumbramos boas notícias em relação às melhorias que poderão vir com a mudança do quadro político no nosso estado.

Hoje, participamos como convidado do Dr. Wagner Bonfim, de uma reunião no HRCA com o atual secretário estadual de saúde, Dr. Jorge Solla e diretores de planejamento da SESAB.

Na reunião foram abordados temas sobre atendimento nas emergências e atendimento básico à família.

Depois desta reunião, bastante concorrida, com a participação de vários secretários de saúde da região tivemos o prazer, de como convidado, do Dr. José Neto, almoçarmos com o Dr. Solla, Dr. Outran Borges, Provedor do HDPA, Dra. Edilma, Diretora da 2ª. DIRES,Diretores de Planejamento da SESAB,Dr. Wagner Bonfim e seus colaboradores do HRCA.

Foi neste almoço que pude ouvir e trocar algumas idéias a respeito da assistência médica em Feira e dos planos da SESAB para a nossa região.

Pude constatar, por parte do Dr. Jorge, muito entusiasmo e empenho para com Feira de Santana, apoio explícito ao HDPA, construção do Hospital da Criança e substanciais melhorias no HRCA.

Confesso que apesar de crítico ao governo do PT, passei a ter esperança em relação à assistência médica pública no nosso estado.

Dr. Jorge Solla, conta com uma equipe jovem, competente e muito entusiasmada. Em relação ao Dom Pedro,mostrou empenho em ajudar ao Dr. Outran,não só em dar continuidade à manutenção dos médicos da emergência do HDPA, como disponibilizar recursos para que o Dom Pedro volte a ser uma importante instituição de atendimento ao sistema SUS na nossa região.

Região essa tão carente e vítima de governos inoperantes e insensíveis com o povo que, de maneira equivocada os conduziram ao poder por décadas, cujo ´´progresso`` e ´´avanços`` tentavam impor por intermédio de superfaturadas verbas publicitárias nos meios de comunicação de coligados ou parceiros .

Os estragos na área de saúde nestas décadas de desgoverno do PFL e nos lamentáveis quatros anos de Waldir Pires e Nilo Coelho, deixaram cicatrizes e estragos difíceis de serem reparados.

Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e demais servidores da saúde, desmotivados por salários indignos e condições precárias de trabalho, terão que ser reestruturados.

Prioridades devem ser revistas assim como os suspeitos credenciamentos do sistema SUS conseguidos por empresários médicos, como moeda de troca nas ricas campanhas políticas, devem ser auditados.

É tempo de esperança, é tempo de sonhar por melhores condições de saúde para esta significativa população de mais de 80% de baianos que dependem do sistema SUS.

Pois, a situação atual é por demais insustentável. Como admitir que um paciente vítima de tiro não seja atendido no HRCA?Este absurdo aconteceu na última terça.

Como admitir que em Feira não se consiga fazer um simples RX de tórax pelo SUS, ao passo que se for uma ressonância magnética ou uma cintilografia do miocárdio, pelo SUS, é possível com facilidade?

Qual é o porquê desta inversão de prioridade? Como podemos conviver com a progressiva situação de mendicância do Dom Pedro?

Estes são os grandes desafios que o Dr. Solla terá que enfrentar. Mãos à obra, mudanças urgentes, já.O povo, sofrido,carente e desiludido não pode esperar mais .

Eduardo Leite