CRISE EM HOSPITAIS PRIVADOS !


Como se não bastasse a grave crise do sistema de saúde pública ,com hospitais superlotados e prestando um péssimo serviço à população, os hospitais particulares e entidades verdadeiramente filantrópicas passam por grave crise financeira.

Dados da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde da Bahia (AHSEB) dão conta de que os 25 maiores hospitais privados da Bahia estão com sérios problemas de caixa, incluindo o Hospital Português, Hospital Espanhol, Hospital São Rafael e o Hospital Aliança.

Para entender essa crise, temos que considerar o constante avanço na tecnologia médico hospitalar, cada vez mais inovando com equipamentos, que requerem investimentos e manutenção cada vez mais onerosa, além do custo dos medicamentos.

Outro fator é a mão de obra hospitalar, esta, por sua vez cara e que requer três turnos de trabalho, sendo o noturno equivalente a 12 horas extras e pagas em dobro.

As seguradoras de saúde ou planos equivalentes, devido aos altos custos das próteses, das cirurgias de alta complexidade, hemodiálise, tratamentos oncológicos e diárias de longa permanência em UTI, têm dificuldade de efetuar os pagamentos, além de não remunerar os serviços há cinco anos.

Por ser um investimento de altíssimo custo e com remuneração cada vez mais baixa e por não contar com linhas de crédito específicas e ajuda de subsídios, passa o sistema hospitalar a ser cada vez menos atrativo, resultando em superlotação dos hospitais já em funcionamento que, além das dificuldades financeiras, passam a trabalhar com sua capacidade máxima , que por sua vez, compromete a qualidade dos serviços prestados.

Qual seria a solução? Tem que haver uma união dos principais interessados, a saber: rede hospitalar, seguradoras e o Estado.

Um bom começo seria a profissionalização administrativa, formação de condomínio de compras dos principais insumos, passando a comprar diretamente do fabricante, sempre que possível., diminuição dos impostos para a rede hospitalar, linhas de crédito específicas e outros incentivos fiscais.

Não é justo um hospital pagar o mesmo que é pago a uma boate em relação ao IPTU, por exemplo, da mesma maneira que o ICMS de medicamentos para uso veterinário tem uma taxa menor, o ICMS para medicamentos de humanos também deveria ter esse previlégio.

Se disponibilizamos mais de dois bilhões de reais a juros baixos e insentamos por 25 anos alguns impostos, para ter uma fábrica americana de automóvei no nosso Estado, se podemos torrar mais de 100 milhões de reais de verbas públicas, em sete dias de carnaval, outros 3 bilhões e meio para sediar alguns jogos da copa em 2014 então, podemos, sem sombra de dúvidas, melhorar a nossa rede hospitalar pública e ajudar a rede privada que, na sua grande maioria, o principal objetivo, nunca foi o lucro e sim, ser campo de trabalho para os profissionais da saúde .

Eduardo Leite
eduardoleite1949@gmail.com
CRISE EM HOSPITAIS PRIVADOS ! CRISE EM HOSPITAIS PRIVADOS ! Reviewed by Eduardo Leite on 6/12/2009 10:24:00 AM Rating: 5

5 comentários:

José Rogério disse...

Dr. Eduardo foi muito feliz em abordar a situação dos hospitais privados. A sociedade precisa se conscientizar pois está vivendo uma ilusão. Já algum tempo o fato de se pagar um plano de saúde não é alívio nem despreocupação frente ao surgimento de uma doença. E a pessoa perceberá isso quando for tentar usufruir de seu plano. A rede privada tem que realizar qualificação de gestão. Há necessidade também do apoio do estado. Então as vidas não são mais importantes que as montadoras para receber benefícios? Em tempo, o projeto AXÉ que faz um trabalho social está quase fechando as portas e dinheiro para Financeiras tem...

Anônimo disse...

A saúde nunca foi prioridade neste país, quanto mais na Bahia. Agora é que não o será mesmo. Aguardemos a construção do "novo Estádio da Fonte Nova" e veremos o quanto mais irão faturar as funerárias.
fernandodefeira@hotmail.com

Taciana Giesel disse...

Presidente da FENAM fala sobre o PCCV

Entenda melhor este plano, elaborado pela FENAM, CFM e AMB em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) que visa melhorar a carreira médica no setor público e privado.

http://web.fenam2.org.br/tv/showData/385702

Anônimo disse...

Doutor, falando desse jeito, fiquei até com pena do dono do Hospital Aliança, por exemplo, que não cansa de gastar em reformas arquitetônicas e estéticas de seu hospital 5 estrelas, deixando de investir no fundamental.
Ele está tão sem dinheiro que vive trocando a marmoaria de seu edifício, a construir jardins suspensos e esculturas. Ora bolas, se falta dinheiro, porque essa luxúria infeliz num lugar onde a saúde é o mais importante.
Também vejo com cautela o comentário do doutor, pois o problema na saúde no país tem vários culpados, entre eles governo, indústria farmacêutica com os seus prepostos de malinhas debaixo do braço (que fazem o paciente esperar na antesala), ala de congressistas lobistas, médicos, planos de saúde, hospitais privados e a usura humana. Tudo somado, levou a esse estado de coisas atual. Acho que o setor privado, na Medicina, devia se envergonhar de qualquer má gestão, pois tem proprietários de hospitais milionários que não cedem em suas situações para lá de confortáveis. Deixando a ganância de lado, o setor da saúde privada poderia oferecer valores melhores e mais qualidade. Nesse setor, há dinheiro sim para fazer um bom atendimento.

www.eduardoleite.blogspot.com disse...

Respondendo ao comentário anterior:


Confesso que fiquei surpreso ao saber que o Hospital Aliança, onde em média no PS o tempo de espera chega a ser de até 4 hs, teve um déficit de 8 milhões de reais em relação ao ano passado.Esse hospital é do grupo da seguradora Aliança e a idéia de idealizar esse hospital partiu do presidente dessa seguradora que, por lei é obrigada a ter bens imobilizados. Depois da inauguração desse hospital, os outros hospitais passaram a ter maior preocupação com o padrão de qualidade nos serviços a serem prestados, para não ficarem atrás do Hospital Aliança.Mesmo um hospital com excelência em serviços e taxa de ocupação de 100% mas, dependendo da sobrevivência através de seguradoras de saúde , não deixa de ter dificuldades no faturamento.Por esse motivo é que o poder públco deve estudar medidas que venham a despertar interesse da iniciativa privada em investir na rede hoteleira.O último investimento de porte na rede hospitalar foi do grupo Fator com a construção do Hospital da Bahia que, apesar da grandiosidade do investimento, não decolou e passa por séria crise financeira, tendo inclusive, dificuldade de pagar a conta de luz...

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