Hoje, 1/9/2007, no HCA foi operado um paciente que tentou atendimento médico em Salvador e não conseguiu, num dos grandes hospitais da capital faltou anestesista, os demais estavam superlotados.
Apesar de todo empenho da Secretaria da Saúde, SESAB, do qual sou testemunha, resolver em curto prazo esta herdada crise é uma missão impossível.
O orçamento estadual, fruto do governo passado, engessa o Estado para disponibilizar verbas que possam permitir a construção, ampliação e reforma da rede hospitalar, esta, na sua maioria sub dimensionada e em precário estado de conservação, o Hospital Clériston Andrade em Feira, é um exemplo.
A crise é antiga e vai desde a formação do médico, salário e motivação no local de trabalho para todos os servidores da saúde, desde o humilde servente ao graduado doutor.
A saúde pública no Brasil, em especial no nordeste, passou a ser manipulada, disvirtuada e transformada em moeda política eleitoreira.
Na Bahia, por malvadeza ou completa ignorância administrativa, um excelente plano de expansão da rede hospitalar pública, iniciado e elaborado pelo ex- governador Roberto Santos, não teve continuidade pelo seu sucessor, o falecido senador Antônio Carlos Magalhães.
A descontinuidade deste plano resultou numa rede hospitalar subdimensioda e servidores com salários aviltantes.
A falta e investimento público em saneamento básico, na rede básica de saúde em especial nas cidades de médio e pequeno porte contribuíram bastante para este caos.
Como se não bastassem estes graves problemas administrativos e de planejamento, diretores e secretários de saúde corruptos, participaram como colaboradores diretos para que chegasse a este estado caótico.
Os governos federais também têm a sua parcela de culpa, quando não apuram devidamente os constantes casos de corrupção ativa e a má distribuição de verbas federais.
O SUS é mau pagador para as ações básicas e de média complexidade, mas é bom remunerador aos grandes grupos médicos empresariais que exploram banco de sangue, oncologia, hemodiálises e procedimentos médicos que envolvam próteses e órteses.
Estes procedimentos representam mais de 67% do orçamento do Ministério da Saúde. E, são constatados fraudes e desvios em muitos destes procedimentos explorados por estes empresários que mais parecem uma máfia organizada, com raras exceções.
Nos últimos vinte anos, na Bahia, montou-se na SESAB uma verdadeira quadrilha onde grupos médicos foram privilegiados com credenciamento pelo SUS e pelo PLANSERV sem obedecer às prioridades de cada cidade ou região.
Em especial na ortopedia, razão pela qual há fortes suspeitas no excessivo número de cirurgias ortopédica com próteses paga pelo SUS, superando até o populoso estado de São Paulo.
Alguns diretores de DIRES e de hospitais do estado utilizaram as mais diversas práticas ilícitas para se beneficiarem financeiramente e/ou politicamente.
Se o Ministério Público Federal e Estadual rastrearem a origem das fortunas destes ex-dirigentes encontrarão muita coincidência, apesar de muitos tentarem ocultar os rastos das suas roubalheiras, muita coisa poderá ser descoberta.
No HCA, estamos apurando muitos destes desvios e com certeza a polícia será chamada e a justiça irá julgar os responsáveis por estes desmandos.
Para citar um exemplo de desmando administrativo na SESAB-Gov passado, um ex-diretor da DIRES, que já foi diretor do Hospital da Mulher, que começou a vida há mais ou menos 20 anos como responsável pelo banco de sangue do Hospital Dom Pedro, cujo Provedor era o atual Prefeito e que depois o nomeou como diretor do HDPA, provavelmente, foi o responsável pela sua ida para 2ª. DIRES e que depois ficou à disposição do Clériston, acumulando dois vínculos trabalhistas e que recebeu religiosamente por estes dois honorários por dez anos sem nem mesmo ir ao hospital.
Com a minha nomeação para a diretoria do HCA, tentou este senhor, ser transferido à disposição da Prefeitura, para continuar recebendo dinheiro estadual e federal sem trabalhar, não permiti e jamais permitiria tamanha imoralidade administrativa.
Este servidor que quando iniciou-se como responsável do banco de sangue do HDPA, cujo sangue a ser transfundido por sofrer exaustiva retirada de plasma e outros elementos de coagulação, e que, dizem, estes elementos de coagulação eram comercializados no exterior o que gerava substanciais lucros ao seu proprietário.
Esta prática resultava num concentrado de hemácias tão pastoso que era muito difícil de ser transfundido, motivo de muitas queixas por parte dos anestesistas e cirurgiões, quando necessitavam transfundir sangue aos pacientes.Depois da nossa intervenção isto deixou de acontecer.
Este senhor é hoje, graças às suas passagens por órgãos públicos e suas amizades e associações comerciais no ramo médico com homens que se dizem públicos e que já ocuparam e ocupam significativos cargos na esfera municipal e estadual, um dos maiores exploradores do ramo empresarial médico na Bahia.
Está inclusive, atrás dos destinos do HDPA onde, está construindo dentro do HDPA uma clínica de oncologia, cuja remuneração pelo SUS é por demais disputada por estes segmento de exploradores empresariais do ramo médico.
A classe médica não comprometida com o empresariado médico sempre questiona porque o HDPA não desenvolveu seu lucrativo banco de sangue? Porque o HDPA não explora o lucrativo serviço de oncologia? Porque o HDPA tem que se juntar a estes empresários?
Como a oncologia e o banco de sangue remuneram bem pelo SUS estes empresários ávidos por dinheiro público pozam de bons moços e procuram associar-se aos poderosos da política para conseguirem os seus objetivos financeiros.
Este senhor a qual me refiro acima , chama-se José Antônio Barbosa e está respondendo a dois processos administrativos, um no HCA e a outro no Ministério da Saúde por estar recebendo indevidamente honorários sem trabalhar, há mais de dez anos.
Estamos também investigando desvios de contraste do HCA para a sua clínica de radiologia IHEF, cuja toda cidade, sabe-se que apesar do convênio com o SUS cobra indevidamente por contraste radiológico.
Tem muito mais gente envolvida e serão também denunciados, pois, se numa unidade hospitalar tem um servidor que recebe sem trabalhar, os responsáveis pelo abono das suas faltas devem responder por estes desvios.
Medidas serão exigidas para que estes recursos públicos indevidamente pagos sejam devolvidos com juros e correção monetária.
A classe médica está desmotivada e tem suas razões, aproveitando-se desta classe desmotivada, indivíduos infiltrados sob orientação destes ex-servidores corruptos procuram incitar os médicos à greve, quando não, a faltarem aos plantões com falsos atestados.
Temos certeza que a SESAB, agora, sob o comando do Dr. Jorge Solla, poderá acabar com este caótico quadro de saúde pública no nosso Estado.
Mas, para o êxito desta administração o Governo do Estado não poderá medir esforços nem recursos e toda a classe política deve lutar unida para que a SESAB tenha o êxito esperado por todos os baianos que realmente amam a Bahia.
NÃO HÁ CRISE SEM CAUSA. A CRISE DA SAÚDE PÚBLICA TEM CAUSA, PAI E MÃE, E O NOME É CORRUPÇÃO.
Reviewed by Eduardo Leite
on
9/02/2007 03:55:00 AM
Rating:
Um comentário:
Parabéns DR. Eduardo Leite o senhor é um homem de muita coragem, esperamos que surjam outros iguais, assim com pouquissimo tempo teremos banido essa corja que lucra com a doença das pobres e sofridas pessoas da nossa comunidade
Postar um comentário