Aumenta cada vez mais o número de processos contra médicos, alegando erro técnico. Os pedidos de reparo financeiro pelos alegados erros chega a cifras milionárias.
Como importamos tudo de bom e de ruim dos Estados Unidos, estamos a algumas décadas imitando os advogados americanos e interessados em reparações milionárias para tais casos.
Se há uma profissão cuja possibilidade de erro e um mau resultado são muito grandes sem sombra de dúvidas é a profissão do médico.
É muito importante distinguir o que é um erro médico e o que é um mau resultado.
Começa pelo diagnóstico cuja elaboração pode depender de diversos exames e termina com o tratamento cuja participação do paciente no tocante às recomendações e orientação prescrita pelo médico tem fundamental importância para um bom resultado.
Exames esses que às vezes não são realizados por alguns motivos, como por exemplo: custos, não ser possível a sua realização no local do atendimento, tempo, recusa do paciente ou da seguradora de saúde e outros.
O médico pode ser induzido ao erro ou ter um mau resultado por causa de um exame falso positivo ou negativo, má execução do exame, falha ou imperícia de um ajudante, instrumentador, enfermagem, da instituição hospitalar, do medicamento falsificado, do medicamento trocado ou indevidamente ministrado ou manipulado.
É nas emergências que se encontram os fatores mais agravantes que podem levar o médico ao erro, plantões de mais de 12 horas, número alto de atendimento, há casos de um médico atender na emergência mais de 120 pacientes em menos de 12 horas, configurando um evidente absurdo e, isso ocorre não só em hospitais públicos como privados.
Faculdades médicas sem estruturação docente e infra-estrutura hospitalar colocando profissionais sem uma qualificação adequada também contribuem para o aumento do erro médico.
As pressões que os cirurgiões das diversas especialidades são submetidos, como por exemplo, tempo para execução do procedimento, instrumental inadequado, ajudantes incompetentes, dentre outros, contribuem para a possibilidade do erro médico.
Mas, sem sombra de dúvidas a má relação medico - paciente e médico –familiar do paciente contribuem substancialmente para que um mal resultado seja julgado como um erro médico.
As seguradoras de saúde cada vez mais tornam esta importante relação médico-paciente-médico familiares do paciente conflituosa e desgastante fazendo com que um mau resultado se transforme num processo injusto de erro médico.
Qualquer procedimento médico do mais simples ao mais complicado é factível a um mau resultado seja com um paciente jovem ou com um paciente idoso.
A penicilina continua sendo o antibiótico mais prescrito e importante nos tempos atuais e 15% das pessoas no mundo pode ser alérgicas a este medicamento, ter um choque anafilático e vir a morrer.
A classe médica tem uma parcela de culpa significativa por não ser uma classe unida que se organize contra as más condições de trabalho a que são submetidos, contra as seguradoras que determinam quanto querem pagar pelos serviços prestados.
O comércio da medicina é outro fator desgastante e perverso contra a classe médica, pois,quando o médico se associa a empresas médicas que só visam o lucro e para tal prática solicitam exames e tratamentos sem um critério técnico e ético ,perde perante a sociedade o seu bem mais precioso: a sua dignidade.
É um momento de reflexão para toda a classe médica. É o momento da classe médica se unir para uma padronização de condutas, melhorias no ensino médico, por melhores condições de trabalho, exigir seus direitos junto às seguradoras de saúde e principalmente lutar pela ética profissional e ser uma classe profissional voltada para o ser humano em sua plenitude corpomente e não apenas para o retorno financeiro.
Eduardo Leite
gastroajuda@hotmail.com
www.gastroajuda.com.br
www.eduardoleite.blogspot.com
ERRO MÉDICO OU MAU RESULTADO ? ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Reviewed by Eduardo Leite
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2/19/2006 02:50:00 AM
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